sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Carta ao Supremo Tribunal Federal

Hoje acordei feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz porque Vossa Excelência liberou o humor durante as eleições. Vamos poder rir dos tropeços dos candidatos. Em contrapartida, veio uma decisão um tanto nebulosa. Pequenos traficantes vão ter benefício da pena. Ou seja, não precisam ficar em regime fechado. Pensei, o que tem isso de Constitucional? Deixar a população refém de traficantes? Imagino que pais e mães devem ter ficado chocados. Policiais: civis, militares e federais que tentam combater o narcotráfico acabam de levar um tiro no pé. Vão prender e prender e prender a mesma pessoa diversas vezes pelo mesmo crime. É como correr atrás de bêbados nas ruas. O que seria “pequeno” traficante? Uma pedra de crack vendida todos os dias nas bocas de fumo é pequeno traficante? Droga que vicia e corrompe o futuro da sociedade? Pergunto-me que consciência jurídica tem prevalecido no país? De pedra em pedra, algumas bocas arrecadam 80 mil reais apenas num fim de semana.
Em breve, Vossa Excelência irá analisar a Lei da Ficha Limpa. Já, tão brilhantemente, julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Penso que a lei é limpa, correta e simples. Nestas eleições, quem tiver condenação por júri ou renunciou ao cargo para fugir da cassação, premissa hoje altamente imoral, terá o registro de candidatura cancelado. A lei ainda aumenta a punição de inelegibilidade de três para oito anos.
Esta lei corrige anos de perversão nas eleições do país, que tornou o voto amoral. Agora, ela permite que eleitores tenham, pelo menos, melhores opções na hora de votar. A Constituição prevê que inelegibilidade será regulamentada por lei. Está aí a lei que faltava. Foram dois milhões de assinaturas para a sociedade estar tão perto de ganhar uma lição de moral de Vossa Excelência, a consciência jurídica deste país.
De fato há controvérsias. Ministro Marco Aurélio do STF, exemplar jurista, diz que a aprovação da lei é inconstitucional, gera insegurança jurídica e não pode ser retroativa e ressaltou que  numa premonição os advogados deveriam ter adivinhado: o candidato que renunciasse ao cargo seria condenado, anos depois. Peço venia ao ministro, até parabenizo pela beleza da tese. Não sou jurista e talvez entenda muito pouco de leis, mas também imagino que a insegurança política deixa milhões de brasileiros reféns de assaltantes de colarinho branco. Deixa uma sensação de frustração e de falta de exemplo do que é certo, e errado, justo e injusto, bom ou mal. Não será a toa que aqui no Brasil, jogador de futebol envolvido em escândalo com travesti ainda consiga patrocínios. Se olharmos para a moral que perdura na terra do Tio Sam temos um caso semelhante na forma e diferente no resultado. O jogador de golfe Tiger Hoods após se envolver em escândalo de adultério teria perdido grande parte da remuneração publicitária porque sua imagem era um mau exemplo. De fato, os brasileiros têm muito a avançar em matéria de moral. Mas torna-se um alento saber que os líderes políticos, que são espelho para uma sociedade, devem ser os primeiros a dar o exemplo.
Portanto, então prefiro acompanhar o voto dos ministros do STF Cármen Lúcia e  Ricardo Lewandowski e ressalto aqui parte do voto do ministro Hamilton Carvalhido do TSE:
" Não se pode negar o que seja a aplicação imediata da norma, o que seja efeito retroativo, que não é se não desconstituir hoje efeitos jurídicos constituídos no passado. Também não encontrei norma que se componha, principalmente, vida pregressa, em poucas palavras, estou convencido de que se cuida material, essencial a democracia, essencial ao estado de direito, a direção dela é o mínimo de moralidade no momento do registro de candidatura para que a gente possa ter uma regularidade na perspectiva ética. "

 
Assinado: Marina Costa - eleitora, cidadã brasileira

domingo, 18 de julho de 2010

Bruno: o grande frango do Flamengo

A mídia vem divulgando o caso Bruno a todo instante. Aliás, o excesso de mídia sempre torna a programação chata Mas, nessa sexta-feira, o Flamengo soltou uma pérola:

" Para evitar problemas, o Flamengo incluiu nos novos contratos com jogadores cláusulas em que o atleta se obriga expressamente a honrar a imagem e o bom nome do clube mantendo conduta ilibada dentro e fora de campo. Quem não cumprir, poderá ter o contrato de trabalho rompido."

A grande idéia só veio depois do Flamengo começar a amargar os prejuízos com o desgaste da imagem e com a perda da tão sonhada e milionária negociação internacional, promessa de Bruno.
Mas, paro aqui para uma reflexão: de que adianta o Flamengo cobrar o leite derramado, de que adianta o Flamengo cobrar indenização de Bruno por danos morais e materiais AGORA?
Voltando a fita ao fim do ano passado, quando a "mocinha" apareceu grávida e  registrando ocorrência denunciando as agressões de Bruno, por quê o clube não interviu? Tiveram tempo para blindar o Clube... Expulsão, negociação, pensão..., qual fosse, teria sido melhor do que virar as costas aos atos discrepantes do goleiro número 1 do time.
Agora,contabilizando prejuízos, a presidente do Flamengo assume que não mexeu no vespeiro e que tinha conhecimento do comportamento maluco do jogador. Ainda sim, não assume a responsabilidade pela vulnerabilidade que deixaram o Clube?
Desta maneira, fica incoerente o time cobrar de Bruno indenização por danos morais e materiais...
O Clube que proporcionava 250 mil reais por mês a um jogador e que vislumbrava milhões numa negociação futura não pensou no bolso após o episódio de 2009. Eliza Samudio denunciou os abusos de Bruno.
Por exemplo, não poderiam os dirigentes pensar: "este jogador não reflete a imagem do time!" "não queremos problemas, nem prejuízos com a imagem"
Falo de questões econômicas mesmo. O Flamento quer indenização por um desgaste de imagem causado por um jogador contratado pelo Clube? Clube que tinha conhecimento dos desarranjos pscicológicos de Bruno.
Não sou especialista em direito contratual ou trabalhista, mas, administrativamente, o time foi conivente às aventuras de Bruno que mais tarde resultaram em prejuízos ao Clube e desaparecimento da moça.
A choradeira do Flamento só mostra que o time está cuspindo no prato que comeu e que há pouco tempo segurava com as duas mãos porque parecia lucrativo. Terá sido esse o grande frango do flamengo? 
Se pelo menos as novas cláusulas não limitarem jogadores com mania de excessos, vai pelo menos proteger o clube, isso, claro, se o Clube enfrentar a torcida, os sonhos, em nome, da manutenção de uma imagem positiva.
veja notícia:

http://msn.lancenet.com.br/flamengo/noticias/10-07-16/791669.stm?patricia-diz-que-fla-vai-processar-bruno

domingo, 4 de julho de 2010

Crack numa terra sem lei

O problema do Crack tem se tornado uma praga em qualquer classe social de nossa sociedade. Só no DF, a apreensão de drogas saltou 600% nos últimos anos. Nos dois únicos centros de atenção aos dependentes, os atendimentos também não param de crescer. Para os usuários de Crack falta socorro eficaz, quando eles tentam sair da cilada em que se meteram.
O Ministério da Saúde recomenda um CAPS - Centro de Atenção Psicossocial para cada 100 mil habitantes. Ceilândia, considerada a Cracolândia do DF, tem 600 mil moradores e nenhum CAPS.
Além dos dependentes ficarem reféns dos traficantes, a sociedade fica a mercê das ações dos usuários de drogas e traficantes. O crime parece compensar. Não há lei para inibir o tráfico de drogas no país de forma exemplar. Um traficante, quando é preso, rapidamente outro assume em seu lugar a boca de fumo. Chamo atenção para um dado importante, aquele traficante que circulava nas ruas e foi preso, ainda tem a chance de ser solto em poucos meses e retornar ao comércio ilegal lucrativo que destrói o futuro do país.
Posso deixar aqui um caso registrado, entre tantos outros que se multiplicam pelo país. Em 30 de março deste ano, um traficante foi preso pela Polícia Federal no aeroporto internacional de Brasília com 3 quilos de cocaína. O suficiente para produzir 60 mil pedras de Crack. A pseudo-setença da justiça federal veio três meses depois. O criminoso recebeu a singela pena de dois anos de prisão EM REGIME ABERTO. Ao livrar esse cidadão da cadeia, a juíza da 12a vara da Seção Judiciária do DF demonstrou total distância da realidade do país. Ela usou a lei a favor do criminoso e contra a sociedade. 
A justiça se amparou de todos os tipos de regressão de pena, o que facilitou a soltura precoce. Triste decisão, triste lei, triste justiça!
O assunto Crack teve o maior Ibope no jornal Bom DF da Rede Globo no mês de junho, mas parece não sensibilizar o judiciário...
Eu e o repórter cinematográfico Rafael Sobrinho realizamos a série sob coordenação dos jornalistas Marlon Herath, Camila Guimarães e Leonardo Garcia.
Diante destas ações do Judiciário e o crescimento frenético da droga em Brasília e no país, percebo que além de estarmos imersos num grave problema de saúde pública e de segurança, temos brechas na lei contra drogas e problema de avaliação nos casos por parte dos juízes, que em muitos casos demonstram despreparo no combate ao tráfico de drogas no país.

Assista série especial da Rede Globo - Brasília sobre Crack. É a realidade nua e crua:



quarta-feira, 26 de maio de 2010

Diretora ameaça: "vou ligar para sua redação"

Inevitável não deixar registrados aqui os bastidores da reportagem que fiz hoje com o repórter cinematográfico Edgar de Andrade para o DF TV. Fomos escalados para verificar denúncia de alunos que estão sem professores no CEF 3 de Taguatinga. Na porta do colégio, todos os alunos afirmaram não ter há muito tempo aulas de português, artes, história, ed. física e outras mais...
Além das aulas, os alunos e pais afirmaram que a direção estava liberando os alunos antes do fim do horário, o que contraria orientação da secretaria de educação.
É bom lembrar que: alunos fora de sala de aula no horário escolar pode ser perigoso, como facilitar um descaminho, e até mesmo pelo trânsito.
Bem, terminamos de fazer as entrevistas e entrei sem a câmera para pedir informações à vice-diretora do CEF 3, Luciene Rodrigues Xavier. Mas em vez de sairmos com uma checagem rápida de informações, por exemplo, quantos professores têm faltado e por quê, recebemos uma ameaça da vice-diretora.
A vice, além de não sair da sala da direção para receber esta repórter, pela janela com grades, ameaçou que LIGARIA para o editor-chefe da redação para dizer que estávamos fazendo "algazarra".
A algazarra que ela se referia não era nossa, mas sim dos alunos que gritavam: "queremos professores!"
Ela nos responsabilizou e como forma de penalização disse que não esclareceria nada para a equipe de reportagem e que procurássemos a regional de ensino. Foi o que fizemos. Graças à "recomendação" da vice-diretora conseguimos todos os dados. Cerca de 1700 alunos estudam no CEF 3, a escola não é autorizada para liberar alunos mesmo sem professores. E comprovamos, então, que o nervosismo da vice era porque no fundo ela sabia de sua responsabilidade para conseguir substituir os professores, que deixaram aviso prévio de que tirariam licença.
Para a vice-diretora faltou um midia training, aulas de como lhe dar com a imprensa, que está ali cumprindo o trabalho de registrar as angústias da população que depende do ensino público.
Luciene Rodrigues Xavier, tirou nota "0" nesse quesito e acabou ganhando um DESTAQUE maior do que o previsto na reportagem de Marina Costa, Edgar de Andrade e Tânia Costa - editora DFTV.
Esta vale a pena assistir:

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Eleições e as Redes Sociais

As eleições estão aí. Enquanto o povo se prepara para assistir à Copa do Mundo, os candidatos já esquentam os tambores fechando as alianças locais, ganhando espaço nas cidades, nos palanques, nos showmícios, e claro nas propagandas eleitorais.
De olho em tudo que acontece na terra do Tio Sam, por aqui os candidatos querem saber como é essa tal rede social que ajudou a eleger Barack Obama em 2008. Então, a corrida agora é em busca de informação. Hoje a candidatura que se preze não poderá ficar distante do nicho virtual que reúne blogueiros em Twitter, Facebook, Youtube, e outros blogs em alta.
Nesse meio, se encontra boa parte dos formadores de opniões, palpiteiros, curiosos e também fofoqueiros. Os candidatos não pensam mais em estratégias apenas reais, vão ter de analisar também as virtuais.
E os analfabetos virtuais se vêem obrigados a aprender, por exemplo, como ampliar número de seguidores, levar uma mensagem em 140 caracteres em tempo real, estar próximo e acessível aos eleitores.
Resumindo: vai colocar a cara para bater. Para bater sim, mas para se defender também.
No joguete virtual vale fazer propaganda, contra-propaganda, atacar, defender e ainda lançar uma idéia. E é melhor estar dentro desse mundo, do que por fora.
Estrategistas temem as manifestações criativas na rede. E pode ser mesmo preocupante uma fofoca virtual chegar a pautar o voto real.
Quem se recorda da Campanha de 2006, quando circularam em e-mails informações de Geraldo Alckmin que, se eleito, ele faria privatizações? O candidato esperto, preocupado com a imagem, e com os novos tempos já entende o be-a-bá da informatização: o vento que sopra na rede social virtual é o mesmo que chega ao mundo real.
E é melhor se prevenir do que remediar...
Se alguém quiser entrar na batalha fique à vontade, essa é a vantagem da rede social, uma frase pode influenciar na escolha de um candidato! E mais, será que você consegue arrancar uma resposta do seu candidato para fechar a questão sobre seu voto?
Tentar... todos podemos, então entre e fique à vontade para dar uma espiadinha neles:
Twitter oficial dos candidatos à Presidência:

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Nota Nada Legal

Quando os brasilienses acompanharam o lançamento da Nota Legal vieram várias dúvidas: será o Leão querendo me perseguir? Será bom para o comércio? Será bom para o contribuinte?
Hoje não há dúvidas, o programa Nota Legal criado para incentivar os consumidores a pedirem nota fiscal nos estabelecimentos está à beira da falência e mostra para que veio. O consumidor sente-se enganado e o comerciante desanimado!
O site da receita federal do Distrito Federal que deveria contabilizar as notas fiscais dos consumidores não está apresentando baixa das notas.
O GDF diz que a culpa é dos logistas que não repassam informação, os logistas se defendem: garantem que o sistema é automático e que a secretaria não está dando baixas das notas fiscais.
Ou seja, aquele honesto cidadão cumpridor dos seus deveres está sendo usado pelo governo local que aumenta as arrecadações sem cumprir com a palavra. Ao lançar o Programa Nota Legal, o GDF garantiu que daria descontos no IPVA ou créditos em Conta Corrente como contrapartida.
Mas, como icentivo não é dado, os contribuintes já começam a deixar de lado o hábito que mal estava sendo implantado.
Ao mesmo tempo, comerciantes que ficaram sem redução de impostos e sem incentivos com o Programa Nota Legal começam a ter dificuldades em fazer o negócio esquentar...
Não estou defendendo aqui a sonegação de impostos, mas uma organização fiscal por parte do GDF.
Assinado: contribuinte otário!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Da cela com 26 marmanjos para julgamento no CNJ

    O caso é memorável. Em 2007, uma menor é presa na mesma cela com outros 26 homens. Durante os 24 dias, em que ficou enjaulada na delegacia de Abaetetuba (PA), ela foi violentada, estuprada e torturada pelos companheiros de cela. Vale lembrar: alguns eram portadores do vírus HIV. A menina teve ainda os cabelos cortados para se parecer a um homem.
    Graças à falta de sensibilidade, a jovem, acusada de pequeno furto, teve uma pena antecipada e totalmente desproporcional ao crime cometido, sofreu bem mais do que deveria. A juíza, Clarice Maria de Andrade, que autorizou a prisão da menor, sem ter a documentação da menina, também conhecia perfeitamente a situação da delegacia da cidade. Mas só quando o caso foi parar na imprensa, ela se apressou em ajudar a garota. Antes, tentou forjar ofício para escapar da responsabilidade.
    Foi o que comprovou relatório do promotor, Felipe Locke Cavalcanti, integrante do Conselho Nacional de Justiça. Por unanimidade, a juíza recebeu a penalidade máxima permitida: aposentadoria. Parece um prêmio, mas já é um começo, a juíza desatenta pode ainda responder ação civil pública e então até perder a regalia.
   Que o sistema penal no Brasil está falido isso já sabemos, afinal, não dá voto investir em presídios. Seria o momento de pensarmos na privatização deles? A sociedade está vítima dos criminosos que entram na prisão e que saem tão logo a lei determine.
   Muitos criminosos voltam às ruas piores do que entraram. Há movimentos positivos nas instâncias para ressocializar o preso, mas ainda é pouco, muito pouco. Alguns presos até cumprem a pena integralmente nos presídios super lotados, mas é contra a vontade da lei, na verdade esses aí foram esquecidos pela morosidade do poder judiciário.
    O que realmente deixa todos atônicos é que nada funcionou em Abaetetuba: nem o bom senso da polícia, nem a “presença” do Ministério Público e tão pouco a justiça de primeira instância.
   As eleições estão aí, será que algum candidato se habilita a lançar um pacote de medidas voltadas para segurança do país? Serra? Dilma? Marina? ... Esse abacaxi também é de vocês, não vale enganar...

sexta-feira, 26 de março de 2010

País das Isabellas

    O resultado do júri popular ainda não saiu. Mas os profissionais do Tribunal do Júri sabem que os sete jurados são cruéis quando o assunto é um crime tão covarde, no caso, uma vítima criança. Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni já estão cumprindo pena e esperam apenas a formalização de uma sentença emanada do Poder Judiciário. Através da Perícia Técnica, provas e indícios foram colhidos dos vestígios largados pelo crime. Eles foram mastigados por laudos e para se tornarem digestíveis pelos juízes leigos foram transformados em um vídeo com a versão mais óbvia dos fatos. Veja vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=wpuKh2MFe2w
    Mas, o vídeo é uma junção de provas técnicas, sem a versão verdadeira do que realmente o casal teria feito ou combinado contra a pobre indefesa Isabella. Isso, provavelmente, nunca saberemos, pois o casal prefere levar a versão dos fatos para as grades.
    Esse assunto trás à tona uma reflexão importante para cada família brasileira. A violência doméstica existe, e diariamente, crianças são retiradas da família e levadas para um abrigo “frio”, onde recebem cuidados domésticos, mas sem amor fraternal. Ainda sim, é melhor do que serem violentadas constantemente no próprio lar onde nasceram. Tiradas de casa, ficam à espera de um destino incerto, alguém quer adotar uma criança?
    A diferença é que Isabella tinha o lar da mãe e dos avós maternos cheios de carinho, atenção e amor. Mas outras “Isabellas” gritam por aí sem ter para onde ir. Há juízes no Brasil que levam à sério a política de adoção às crianças. Tive a oportunidade de conhecer de perto o trabalho do Juiz Marcos Bandeira, da vara da infância e juventude de Itabuna - BA, ele adotou a pequena Francielle, quando começou a enfrentar a dura realidade de crianças sob tutela do Estado .
    Parabéns pelo exemplo e pelo grande coração de pai que sempre cabe mais...
    Essa reportagem em Itabuna é tema do Programa Brasil.Jus da TV Justiça desta semana. Veja detalhes da história de meninos e meninas que ganharam novos pais, novo lar, nova certidão e a chance de ter uma família de verdade. É Neste sábado 26/3 às 21h30, com reprises: Domingo 0h - Segunda 20h30 - Quinta 10h30 e Sexta 22h30. Veja o programa também aqui: http://www.youtube.com/watch?v=-UKGsnrQLow

sexta-feira, 19 de março de 2010

Brasília imitando Guarujá

Olhando assim de longe, nem dá para imaginar que Brasília tenha algo a ver com Guarujá.
No cerrado, nada de praias, nem economia turística e nem pólo industrial ou de comércio.
Cidades com economias diferentes, mas orçamentos bem cobiçados.
E a política destas distintas e iguais cidades não podia ser diferente.
Os mensaleiros do DF não fizeram nada mais do que imitar os vereadores do município de Guarujá.
E olha que eles também foram filmados em 2006 e é até engraçado rever os vídeos da partilha de propina: http://www.youtube.com/watch?v=TPr2VfSY1iU. Esses paulistas, foram acusados de serem liderados pelo ex-prefeito Farid Madi, que vive por aí andando livre, leve e solto. Diferente, do governador cassado, José Roberto Arruda. Vale lembrar, cassado por infidelidade partidária, pode?
Em Guarujá, o povo também assistiu vereadores entregarem o cargo para fugir da cassação.
Em Brasília, o nome para o destino dado ao dinheiro foi "panetones".
Em Guarujá, a distribuição tinha apelido em código: " fulano, venha pegar o seu $$$ da festa da Tainha."
E na próxima semana, a Câmara Municipal de Guarujá irá analisar as contas reprovadas do ex-prefeito.
Quer mais uma semelhança? O prefeito de lá é carequinha como o governador daqui...
Fiquemos de olho, afinal faz 3 anos desde a Festa da Tainha, e daqui 3 anos? Os Panetones serão lembrados? Qualquer semelhança é mera coincidência.
Mais denúncias veja: http://www.eticanoguaruja.wordpress.com/

sexta-feira, 5 de março de 2010

Jovem Toffoli X velha guarda STF

Ontem, durante julgamento de HC para soltar José Roberto Arruda (governador ainda licenciado e preso na PF), o jovem em carreira e em idade, Ministro do STF, José Antônio Toffoli, perdeu a chance de mostrar os dons jurídicos.
Ele usou um argumento pífio para defender a liberação do líder do mensalão do Dem do DF. Mesmo com o pagamento das mesadas à parlamentares, e atrapalhando as investigações, ele entendeu que governador não pode ser preso sem autorização dos deputados distritais.
A velha guarda da Constituição não perdeu tempo e ao vivo para todo o Brasil falou, mostrou, comprovou e engoliu o calouro, deixando-o solitário ao fim da sessão...
Toffoli foi voto vencido e pior sem nenhum acompanhante. 
Resultado: 9 indeferiram o HC x 1 Toffoli a favor.
ARRUDA CONTINUA PRESO, HC NEGADO!, próximo caso...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Gazelas no Gazebo

Restaurante Gazebo: http://www.restaurantegazebo.com.br/ com direito a bela vista para terceira ponte do Lago Sul. Lá dentro, decoração requintada e até mesa reservada, longe dos holofotes.
Ontem, durante a noite fresca em Brasília, ali, trocaram figurinhas o jornalista Gustavo Krieger e o Líder do governo, Senador Aloísio Mercadante - PT/ SP. Depois, do ti-ti-ti, Krieger foi embora e Mercadante arrumou outra mesa. Encontrou com o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Paulo Bernardo, que já estava para ir embora, ficou mais um pouquinho. E o papo na mesa? Mercado da Índia e mercado consumidor... Depois de Paulo Bernado se despedir, Mercadante ainda arranjou outra mesa e mais papo... isso é que é liderança...


* gazela: mamífero veloz

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Arruda e Ferragamo no armário

O italiano Salvatore Ferragamo calçou deusas como Sophia Loren, Greta Garbo e Marilyn Monroe. Apesar de morto há mais de 40 anos, o sucesso de Salvatore perpetua-se pelo sucesso da grife que leva o seu nome. No Brasil, a marca é encontrada nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, em quatro lojas próprias localizadas no shopping Iguatemi, na rua Haddock Lobo e na Daslu em São Paulo e no Shopping Leblon no Rio de Janeiro, no exclusivo bairro de mesmo nome. Está prevista, ainda para 2010, a abertura de uma nova loja no Shopping Iguatemi Brasília. O italiano foi o primeiro a utilizar a cortiça na criação de saltos.
Um belo museu em Florença, o Palazzo Spini Feroni, homenageia o mestre com fotografias, patentes, rascunhos, livros, revistas e fôrmas em madeira de pés famosos. Além disso, o museu exibe a coleção de mais de 10 mil modelos.
Mas, por quê falar dele após o carnaval? Uma preciosidade desta grife no pé vale milhares de verdinhas, e a primeira dama Flávia Arruda não hesitou na hora de encomendar um Ferragamo exclusivo para o desfile da Beija-Flor no Rio de Janeiro, mas o salto alto ficou no armário.
O traje para visitar o marido na passarela da PF pede um modelito menos chamativo nos pés...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Palmas ao Marco Aurélio, STJ e PF

" Eis os tempos novos vivenciados nesta
sofrida República. As instituições funcionam atuando a
Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário. Se,
de um lado, o período revela abandono a princípios, perda
de parâmetros, inversão de valores, o dito pelo não dito, o
certo pelo errado e vice-versa, de outro, nota-se que
certas práticas – repudiadas, a mais não poder, pelos
contribuintes, pela sociedade – não são mais escamoteadas,
elas vêm à balha para ensejar a correção de rumos,
expungida a impunidade. Então, o momento é alvissareiro."
 
Ministro Marco Aurélio de Farias Mello - STF
nega HC e Arruda permanece preso

veja decisão STJ:
http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=95949

Brasília aos 50, com Ali Babá e os 40

Chegando ao aeroporto de Brasília, após visita a São Paulo logo vi um painel com a seguinte propaganda: “Brasília 50 anos”. Na mesma hora pensei: o que Brasília tem a comemorar nesses anos todos?
É bem verdade que a cidade se desenvolveu, amadureceu, modernizou-se. Só nos últimos três anos, por exemplo, cidades satélites cheias de barro e que estavam esquecidas, ganharam luz, água, asfalto, metrô e outras cositas más.
Tudo estava bom demais para ser verdade. E logo vieram as notícias: dinheiro na meia, dinheiro na bolsa, dinheiro no paletó, dinheiro também na casa do governador.
E aquela mesma mão usada para agraciar o povo, agora era acusada de desviar recursos públicos, formar quadrilha, superfaturar licitações, cobrar propina, enriquecimento ilícito e outras cositas más.
E em plena idade madura, entrando no auge da experiência, Brasília, que se prepara para se tornar uma senhora idosa, perdeu os argumentos antigos que justificavam tamanha irresponsabilidade com o povo: “mas esses políticos vieram de outros estados”, dizia Brasília.

Agora “esses políticos” podem até ter raízes em outros estados, mas assumiram o compromisso com Brasília de zelar pelo bem público, o bem material, o bem moral e o bem histórico dos candangos, pioneiros, brasilienses e afins.
Ali Babá era um comerciante honesto até se deparar com um tesouro roubado pelos 40 ladrões. Conseguiu roubar os ladrões, e ainda entregar o chefe da quadrilha para o rei. Hoje o povo de Brasília quer saber a quem entregar os quarenta ladrões e o Ali Babá também.
Será o Judiciário? Exemplar foi a decisão do TJDF. Por enquanto, manda que todos os envolvidos no esquema do Mensalão do Dem batam em retirada da Câmara Legislativa. É que o excesso de verniz na madeira talvez impedisse que cada um saísse por conta própria. É pouco, ma já é algo.
Mas nem tudo está perdido. Com esse presente, Brasília no carnaval de 50 anos, vai ter pelo menos diversão e muita diversão. E não vão faltar nos salões muita fantasia bonita de políticos endinheirados e muita marchinha divertida para cantar história. É preciso rir para não chorar. Quem sabe até não nos deparamos por aí com Ali Babá e os 40 ladrões.


TEXTO Jan/ 2010
MARINA COSTA
JORNALISTA
PÓS - GRADUAÇÃO CIÊNCIA POLÍTICA – UnB