domingo, 18 de julho de 2010

Bruno: o grande frango do Flamengo

A mídia vem divulgando o caso Bruno a todo instante. Aliás, o excesso de mídia sempre torna a programação chata Mas, nessa sexta-feira, o Flamengo soltou uma pérola:

" Para evitar problemas, o Flamengo incluiu nos novos contratos com jogadores cláusulas em que o atleta se obriga expressamente a honrar a imagem e o bom nome do clube mantendo conduta ilibada dentro e fora de campo. Quem não cumprir, poderá ter o contrato de trabalho rompido."

A grande idéia só veio depois do Flamengo começar a amargar os prejuízos com o desgaste da imagem e com a perda da tão sonhada e milionária negociação internacional, promessa de Bruno.
Mas, paro aqui para uma reflexão: de que adianta o Flamengo cobrar o leite derramado, de que adianta o Flamengo cobrar indenização de Bruno por danos morais e materiais AGORA?
Voltando a fita ao fim do ano passado, quando a "mocinha" apareceu grávida e  registrando ocorrência denunciando as agressões de Bruno, por quê o clube não interviu? Tiveram tempo para blindar o Clube... Expulsão, negociação, pensão..., qual fosse, teria sido melhor do que virar as costas aos atos discrepantes do goleiro número 1 do time.
Agora,contabilizando prejuízos, a presidente do Flamengo assume que não mexeu no vespeiro e que tinha conhecimento do comportamento maluco do jogador. Ainda sim, não assume a responsabilidade pela vulnerabilidade que deixaram o Clube?
Desta maneira, fica incoerente o time cobrar de Bruno indenização por danos morais e materiais...
O Clube que proporcionava 250 mil reais por mês a um jogador e que vislumbrava milhões numa negociação futura não pensou no bolso após o episódio de 2009. Eliza Samudio denunciou os abusos de Bruno.
Por exemplo, não poderiam os dirigentes pensar: "este jogador não reflete a imagem do time!" "não queremos problemas, nem prejuízos com a imagem"
Falo de questões econômicas mesmo. O Flamento quer indenização por um desgaste de imagem causado por um jogador contratado pelo Clube? Clube que tinha conhecimento dos desarranjos pscicológicos de Bruno.
Não sou especialista em direito contratual ou trabalhista, mas, administrativamente, o time foi conivente às aventuras de Bruno que mais tarde resultaram em prejuízos ao Clube e desaparecimento da moça.
A choradeira do Flamento só mostra que o time está cuspindo no prato que comeu e que há pouco tempo segurava com as duas mãos porque parecia lucrativo. Terá sido esse o grande frango do flamengo? 
Se pelo menos as novas cláusulas não limitarem jogadores com mania de excessos, vai pelo menos proteger o clube, isso, claro, se o Clube enfrentar a torcida, os sonhos, em nome, da manutenção de uma imagem positiva.
veja notícia:

http://msn.lancenet.com.br/flamengo/noticias/10-07-16/791669.stm?patricia-diz-que-fla-vai-processar-bruno

domingo, 4 de julho de 2010

Crack numa terra sem lei

O problema do Crack tem se tornado uma praga em qualquer classe social de nossa sociedade. Só no DF, a apreensão de drogas saltou 600% nos últimos anos. Nos dois únicos centros de atenção aos dependentes, os atendimentos também não param de crescer. Para os usuários de Crack falta socorro eficaz, quando eles tentam sair da cilada em que se meteram.
O Ministério da Saúde recomenda um CAPS - Centro de Atenção Psicossocial para cada 100 mil habitantes. Ceilândia, considerada a Cracolândia do DF, tem 600 mil moradores e nenhum CAPS.
Além dos dependentes ficarem reféns dos traficantes, a sociedade fica a mercê das ações dos usuários de drogas e traficantes. O crime parece compensar. Não há lei para inibir o tráfico de drogas no país de forma exemplar. Um traficante, quando é preso, rapidamente outro assume em seu lugar a boca de fumo. Chamo atenção para um dado importante, aquele traficante que circulava nas ruas e foi preso, ainda tem a chance de ser solto em poucos meses e retornar ao comércio ilegal lucrativo que destrói o futuro do país.
Posso deixar aqui um caso registrado, entre tantos outros que se multiplicam pelo país. Em 30 de março deste ano, um traficante foi preso pela Polícia Federal no aeroporto internacional de Brasília com 3 quilos de cocaína. O suficiente para produzir 60 mil pedras de Crack. A pseudo-setença da justiça federal veio três meses depois. O criminoso recebeu a singela pena de dois anos de prisão EM REGIME ABERTO. Ao livrar esse cidadão da cadeia, a juíza da 12a vara da Seção Judiciária do DF demonstrou total distância da realidade do país. Ela usou a lei a favor do criminoso e contra a sociedade. 
A justiça se amparou de todos os tipos de regressão de pena, o que facilitou a soltura precoce. Triste decisão, triste lei, triste justiça!
O assunto Crack teve o maior Ibope no jornal Bom DF da Rede Globo no mês de junho, mas parece não sensibilizar o judiciário...
Eu e o repórter cinematográfico Rafael Sobrinho realizamos a série sob coordenação dos jornalistas Marlon Herath, Camila Guimarães e Leonardo Garcia.
Diante destas ações do Judiciário e o crescimento frenético da droga em Brasília e no país, percebo que além de estarmos imersos num grave problema de saúde pública e de segurança, temos brechas na lei contra drogas e problema de avaliação nos casos por parte dos juízes, que em muitos casos demonstram despreparo no combate ao tráfico de drogas no país.

Assista série especial da Rede Globo - Brasília sobre Crack. É a realidade nua e crua: