domingo, 4 de julho de 2010

Crack numa terra sem lei

O problema do Crack tem se tornado uma praga em qualquer classe social de nossa sociedade. Só no DF, a apreensão de drogas saltou 600% nos últimos anos. Nos dois únicos centros de atenção aos dependentes, os atendimentos também não param de crescer. Para os usuários de Crack falta socorro eficaz, quando eles tentam sair da cilada em que se meteram.
O Ministério da Saúde recomenda um CAPS - Centro de Atenção Psicossocial para cada 100 mil habitantes. Ceilândia, considerada a Cracolândia do DF, tem 600 mil moradores e nenhum CAPS.
Além dos dependentes ficarem reféns dos traficantes, a sociedade fica a mercê das ações dos usuários de drogas e traficantes. O crime parece compensar. Não há lei para inibir o tráfico de drogas no país de forma exemplar. Um traficante, quando é preso, rapidamente outro assume em seu lugar a boca de fumo. Chamo atenção para um dado importante, aquele traficante que circulava nas ruas e foi preso, ainda tem a chance de ser solto em poucos meses e retornar ao comércio ilegal lucrativo que destrói o futuro do país.
Posso deixar aqui um caso registrado, entre tantos outros que se multiplicam pelo país. Em 30 de março deste ano, um traficante foi preso pela Polícia Federal no aeroporto internacional de Brasília com 3 quilos de cocaína. O suficiente para produzir 60 mil pedras de Crack. A pseudo-setença da justiça federal veio três meses depois. O criminoso recebeu a singela pena de dois anos de prisão EM REGIME ABERTO. Ao livrar esse cidadão da cadeia, a juíza da 12a vara da Seção Judiciária do DF demonstrou total distância da realidade do país. Ela usou a lei a favor do criminoso e contra a sociedade. 
A justiça se amparou de todos os tipos de regressão de pena, o que facilitou a soltura precoce. Triste decisão, triste lei, triste justiça!
O assunto Crack teve o maior Ibope no jornal Bom DF da Rede Globo no mês de junho, mas parece não sensibilizar o judiciário...
Eu e o repórter cinematográfico Rafael Sobrinho realizamos a série sob coordenação dos jornalistas Marlon Herath, Camila Guimarães e Leonardo Garcia.
Diante destas ações do Judiciário e o crescimento frenético da droga em Brasília e no país, percebo que além de estarmos imersos num grave problema de saúde pública e de segurança, temos brechas na lei contra drogas e problema de avaliação nos casos por parte dos juízes, que em muitos casos demonstram despreparo no combate ao tráfico de drogas no país.

Assista série especial da Rede Globo - Brasília sobre Crack. É a realidade nua e crua:



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